12.4.05

Uma visão de Maputo...

Rostos marcados
Por uma vida que lhes foi madrasta...
Sorrisos que escondem lágrimas;
Olhos tristes,
Profundos e imensos.
Escuros pelo sofrimento,
Claros pela esperança.
Corpo no hoje
Alma no ontem
Sem nada para o amanhã...

Vidas no limite
Entre o belo e a amargura
Entre a saudade e a esperança.
Entre a harmonia e a agitação,
De cores, pessoas, vegetação...

Gostos incomparáveis,
Sabores que nos fazem planar...
Elevando-nos às nuvens,
Permitindo-nos tocar no céu
E bailar com os anjos
Ao som de uma melodia,
Que não invade apenas os ouvidos,
Mas apodera-se de todo o teu ser...

Paisagens...
Ai paisagens...
Cenários que só se sonham,
Imagens que não nos atrevemos a imaginar
Sentimentos que emergem,
Vontades que se soltam,
Vidas que se transformam,
Rostos que se iluminam,
Corpos que planam,
Sem nem querer saber o seu destino...

Pessoas amáveis,
Que na sua vida tão simples,
Acolhem quem lhes sorri...
Abraçam quem lhes dá um olhar
Apaixonam quem as ouve.
Pessoas que não te vêm
Olham-te, sentem-te
Recebem-te como ninguém.

De onde vens?
Para onde vais?
Não importa...
Estás aqui e
Aqui ficarás,
Ainda que não presente...

Perfeição...
Imperfeição...
Harmonia...
Turbulência...
Alegria...
Tristeza...
Um misto,
O limite entre tudo, entre nada
Algo que prende,
Algo que envolve,
Onde nos perdemos,
Onde deixamos de nós
Onde finalmente...
Temos a nossa saudade...


carla carvalho