9.3.06

menino da rua

deste lado do espelho
não há existência, não há cor

no tempo velho
não há infância, só dor

na solidão deste olhar
não encontrei o sol

vi-te desaparecer
no escuro da rua
de mão dada com a lua

neste chão que piso
senti o amargo da vida
do meu menino da rua

8.3.06

vertigem

vertigem
é o que se sente
quando de dentro sopra
a voragem de um dia ficar
frente a frente

é o que se perde
por não saber
que por entre a folhagem
existe um rosto
próprio

6.3.06

quem sou

que fazes hoje?
que dia é hoje?

dia de passar por ti
dia de te beijar

que dia é hoje?
quem sou eu?