levantou-se um vento
que no fim da vida
lhe secou a garganta de tanto gritar
cerrou os olhos para ninguém
encontrar
a vida inútil
presa num salto de cavalo
que nunca se separa do chão
certo que o vento irá soprar
sempre no fim da vida
lançou-se de braços abertos
para nunca mais voltar
16.10.09
30.7.09
desespero
sentia o desespero dos dias frios
sentia a solidão, roer-lhe os ossos
numa encruzilhada
deixou um pedaço dele algures
como podem ser cruéis
os dias frios de solidão
19.6.09
deixa que
deixa que os olhos se fixem
no horizonte
espera que o mundo
se confronte
com o desejo de vida
diante da tua fonte
espera o meu regresso
com a luz de sempre
mesmo que nunca regresse
no horizonte
espera que o mundo
se confronte
com o desejo de vida
diante da tua fonte
espera o meu regresso
com a luz de sempre
mesmo que nunca regresse
Não chores. Hoje
não chores. hoje,
o meu olhar caiu no mar
procurei-o num barco inventado.
parti de um porto cansado
farto de procurar
encontrei apenas o luar
o meu olhar caiu no mar
procurei-o num barco inventado.
parti de um porto cansado
farto de procurar
encontrei apenas o luar
longe
ainda voltas
onde te possa
olhar
e entender quem és
não sei se
se entendes que o amor
chega ao fim
quando o olhar
se entristece e se prende
longe
onde te possa
olhar
e entender quem és
não sei se
se entendes que o amor
chega ao fim
quando o olhar
se entristece e se prende
longe
19.3.09
voltar
volto ao mundo
desabitado de ternura
sinto a mais profunda tristeza
de ter tudo e perder
nada me parece mais injusto
nesta revolta silenciosa
amar assim, custa.
doi, voltar e perder
desabitado de ternura
sinto a mais profunda tristeza
de ter tudo e perder
nada me parece mais injusto
nesta revolta silenciosa
amar assim, custa.
doi, voltar e perder
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